Peixes Acara Discos

Certos aquaristas entendem que, na
verdade, todos os discos fazem parte de uma
mesma espécie, uma vez que conseguem
reproduzir-se entre si, produzindo filhotes
férteis durante gerações consecutivas.
Os discos amadurecem, isto é, tornamse
aptos para a reprodução, a partir de um ano
de idade.
Quando em cativeiro, esta espécie
apresenta grande dificuldade de reprodução e
de criação dos filhotes. Entretanto, é possível
obter sucesso, se forem respeitadas as
exigências ambientais e alimentares desses
animais.
O ritual de acasalamento começa com
uma corte pacífica, em que o macho gira em
frente e em torno da fêmea (é necessária muita
atenção para acompanhar esse rito). Em
seguida, o casal escolhe um local escondido e
escuro, em que vão ser depositados os ovos.
Nessa área, realizam uma limpeza completa,
removendo todos os pedregulhos e detritos.
A desova demora cerca de uma hora e,
logo depois de o macho fertilizar os ovos, o par
mantém constante agitação da água em torno
deles, abanando-os com as nadadeiras, para
garantir a oxigenação necessária. É bastante
freqüente a contaminação dos ovos por fungos,
entretanto, todos aqueles que forem infectados
serão devorados pelo par.
Depois da eclosão dos ovos, os filhotes
fixam-se em alguma superfície, em que
permanecem presos por cerca de três dias.
Nesse período, é muito importante observar o
comportamento dos pais, que podem devorar os
filhotes, no caso de não estarem bem
alimentados.
Outro fator que aumenta a taxa de
mortalidade dos filhotes é a insuficiência do
muco epitelial, produzido pelos pais, uma vez
que este é o nutriente exclusivo nos primeiros
dias de vida. Entretanto, isso pode ser sanado
com dietas especiais.
Criadores de discos salientam que o
sucesso na reprodução entre os espécimes
nascidos em cativeiro é bem maior do que no
de animais coletados em seu habitat natural.
As variedades criadas e melhoradas
geneticamente em cativeiro apresentam
tonalidades bem vivas, como se pode ver nas
subespécies verdes, azul-cobalto, azul-turquesa,
azul-royal, vermelhas e mistas.
Branco perola
Os acarás-disco apresentam bom
comportamento em aquários exclusivos, com
apenas exemplares de sua espécie, e convivem
bem igualmente em aquários mistos.
Entretanto, não se recomenda coloca-los
na convivência de peixes muito pequenos, que
podem ser devorados, nem dos muito
agressivos e ativos, uma vez que os discos se
assustam facilmente e podem se intimidar,
recusando-se a receber alimentação e, portanto,
ficando mais suscetíveis às doenças.
Esta espécie não tolera qualquer tipo de
poluição ambiental; por isso, recomenda-se que
um quinto da água seja trocada regularmente; o
uso de filtração contínua (com turfa e carvão)
também auxilia na manutenção das boas
condições da água.
Uma das espécies que tem facilitado
muito a vida dos aquaristas é um acará-disco
vermelho, trazido do Oriente. É conhecido
como “red dragon” ou “pigeon Blood”, pelas
suas características de fácil reprodução.
Red Dragon ou Pigeon Blood
CRIANDO DISCOS
Alguns autores aconselham que seja
usada na criação de discos água estéril, ou seja,
uma água sem microorganismos. Para que se
consiga esta água, eles utilizaram luzes ultra
violeta ou ozonizadores. Estes autores
aconselham ainda que o aquário não tenha areia
nem planta e que os restos de comida sejam
retirados diariamente por sifonagem. Mas
outros autores (inclusive eu) já conseguiram
manter seus discos em aquários sob outras
condições, tais como uso de filtro biológico e
plantas tais como as ceretopteris, hygrophila,
valisneria, além de água limpa, neutra e pobre
em calcário.
Pigeon branco
Vamos, portanto, sem desprezar as
opiniões diversas sobre o assunto, falar mais
detalhadamente da criação de discos com filtros
e plantas.
Vermelho de Schlingmann
O DISCO SE IRRITA COM FACILIDADE
Os discos são peixes, que apesar de
calmos, por natureza, podem se irritar
facilmente. Sendo assim, por via das dúvidas,
vamos lhe dar um conselho. Crie seus discos
sozinhos, sem a companhia de peixes de outras
espécies. Algumas espécies de peixes, mesmo
as mais calmas, podem causar no disco um tipo
de comportamento muito estranho: em dado
momento ele pode enfurecer, começar a nadar
velozmente de um lado para outro, bater nos
vidros e até ficar em um canto do aquário com
a parte inferior do corpo voltada para cima.
Esse comportamento pode acontecer uma vez e
não se repetir mais, mas há casos de peixes que
se comportam assim muitas vezes chegando até
a morrerem. Por outro lado, isso já foi notado
até com discos que viviam sozinhos no
aquário, não se sabendo até hoje porque o peixe
age assim.
DIMENSÕES E ACESSÓRIOS
DO AQUÁRIO
Um aquário ideal para discos deve ter
100 litros de água, ou mais. As proporções de
um aquário de 100 litros são: 70cms. de
comprimento, 35 cm. de largura e 45 cm. de
altura. Nele você terá o espaço necessário para
criar um casal de discos adultos ( com cerca de
15 cm de diâmetro) ou 6 discos jovens. Esse
aquário deve ser equipado com filtro biológico
e, por cima deste, cascalho de rio não alcalino.
Sob a areia, e entre os canos do filtro biológico,
coloque pequena quantidades de argila e xaxim
em barras para servir de substrato para que as
plantas cresçam.
A iluminação pode ser do tipo gro-lux e
luz do dia. Lâmpadas incandescentes podem ser
colocadas, nos casos de plantas que não
estejam se desenvolvendo bem.
O uso do filtro externo, para que se
obtenha uma água limpa, é muito importante. O
material filtrante deve ser trocado
quinzenalmente. Fazem parte ainda do
equipamento um termostato e um aquecedor.
ESCOLHENDO UM BOM EXEMPLAR
Existem duas espécies de acarás disco:
o Symphysodon discus (Heckel) e o
Symphysodon aequifasciata, esta última
constituída de três subespécies: a
S.a.aequifasciata (Pellegrin), a S.a. haraldi
(Schultz) e a S.a. axelrodi (Schultz).
A compra de um acará disco é
realmente uma aventura, isto porque, a maioria
dos exemplares chegam em más condições e
freqüentemente doentes. Algumas lojas, no
entanto, tem se preocupado com tal problema,
fornecendo peixes em melhores condições. De
qualquer forma, daremos agora alguma dicas
para que você, ao comprar um exemplar,
verifique se ele está em bom estado de saúde.
Vermelho Turquesa-Sol
1-Observe bem o colorido do peixe.
Exemplares mais escuros não deverão ser
adquiridos. As listras iridescentes (horizontais)
devem estar brilhantes e não apagadas.
2-As nadadeiras deverão estar abertas e os
olhos brilhantes.
3- A parte superior da cabeça e o abdômen
deverão estar roliços e nunca escavados (isso
significa que o peixe está recusando alimento
há muito tempo). Verifique se o peixe se
interessa por comida e se estão aceitando
tubifex.
4-Se você está pensando em promover a
procriação de discos, é óbvio que você compre
um casal. O que não é tão óbvio é diferenciálos,
pois macho e fêmea são muito semelhantes.
Apesar disto, na loja você pode ter sorte e
conseguir um casal. Para tanto, observe se
existem dois peixes juntos em um canto do
aquário, espantando os demais. Isso pode
significar que esses dois são um casal. Outra
forma prática, mas um pouco mais custosa, é
que você compre seis discos e jogue com
probabilidades: espere que cresçam e que, pelo
menos dois deles se acasalem.
TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO
O transporte do disco deverá ser feito
em um saco plástico escuro. Ao chegar em
casa, você deve colocar o saco fechado dentro
do aquário e esperar cerca de 30 minutos para
solta o peixe. Isso é importante para que ele se
acostume com a temperatura da água do
aquário. A seguir, solte o peixe, abrindo
lentamente o saco, isto com a luz do aquário e
se possível do cômodo desligadas. Não queira
alimentar seu peixe no primeiro dia, a não ser
que você disponha de alimentos vivos. Os
discos são muito exigentes com alimentação,
dando preferência aos alimentos vivos como as
dáfnias, vermes e larvas de mosquito, este
último seu prato predileto. O tubifex deverá ser
evitado no cardápio do disco, por ser um
alimento muito contaminado. Caso você não
disponha de tais alimentos, poderá substitui-lo
por coração de boi conservado em geladeira e
oferecido em pedaços do tamanho da boca do
peixe. No início eles poderão recusar este
alimento mas, em breve, começarão a procurar
pedaços no fundo do aquário.
A temperatura da água deve ser mantida
entre 26 e 32 graus Celsius.
LIMPEZA, ILUMINAÇÃO E
COMPORTAMENTO
A limpeza do aquário é um ponto
importante e você deverá retirar os detritos por
sifonagem, uma vez por semana. Ao fazer a
sifonagem, retire cerca de 25% da água,
repondo esse volume em seguida, com água
envelhecida por 3 dias e na mesma temperatura
da água do aquário.
Tangerina
O aquário de discos deverá receber luz,
cerca de 12 a 18 horas por dia.
É bom que você saiba que alguns peixes
são às vezes marginalizados por outros
companheiros de aquário. Eles, então, se isolam
em um canto, freqüentemente machucados
pelas brigas e recusam a alimentação. Estando
muito fracos, estes peixes podem facilmente
contrair doenças, por serem alvo fácil dos
inúmeros organismos patogênicos existentes na
água. Portanto, muito cuidado com as brigas
em que seus discos possam se envolver.
DOENÇAS E TRATAMENTO
Uma doença comum aos discos e,
também, ao acará-bandeira é o aparecimento de
vários orifícios na parte superior da cabeça, que
vão aumentando com o tempo, em número e
tamanho. Em certos casos há a formação de
uma substância branca que sai desses orifícios.
Essa moléstia é tida como incurável.
Eu contudo, já obtive uma reversão no
processo da doença, isolando o peixe doente
em um aquário, com 4 gramas de sal grosso por
litro. Essas 4 gramas foram adicionadas em
duas vezes, com intervalos de dois dias entre
uma dose e outra. O peixe deve ser mantido
nessa água até a melhora, a uma temperatura de
35 graus, e com alimentação abundante. Esse
tratamento pode ser usado na maioria das
doenças pois, geralmente, ele adoece por estar
mal nutrido.
Seguindo essas dicas você terá sucesso
na criação do disco.
O ESSENCIAL NA SUA MANUTENÇÃO
Costumo ouvir os mantenedores de
peixes tropicais - e isto inclui os varejistas da
aquariofilia - dizerem que gostariam de ter
discos em seus aquários, mas que são peixes
difíceis de manter. Se pudéssemos mudar esta
noção errônea, poderíamos abrir
consideravelmente o mercado destes ciclídeos.
Nós, os criadores e aquaristas de discos,
sabemos que não é assim. Se fossem
problemáticos, difíceis de serem mantidos, não
haveria essa profusão de variedades sendo
oferecidas no mundo inteiro. O que tenho
observado é que enganos são freqüentemente
cometidos pelo desconhecimento de aspectos
básicos sobre o comportamento e a biologia da
espécie, a físico-química do aquário, das
plantas e peixes compatíveis, e dos problemas
mais comuns que acometem os discos.
ADQUIRINDO DISCOS
Se você vai experimentar discos pela
primeira vez em seu aquário e está receoso de
perde-los, considere a aquisição de uma
variedade mais rústica e menos cara. Se você
conseguir criar estes peixes até a idade adulta,
pode então vende-los a seus amigos e recuperar
o investimento, antes de passar para linhagens
mais exóticas. Assim, se algum erro for
cometido no inicio, é preferível que isto
aconteça com peixes menos valiosos.
Adquira de preferência peixes juvenis
(3 a 4 cm de tamanho) pois estes se adaptam
mais facilmente a qualquer tipo de alimentação,
são mais fáceis de transportar, mais disponíveis
em número no mercado da aquariofilia e mais
baratos no seu custo. Os peixes adultos, apesar
de já possuírem toda a coloração definida, não
aceitam tão bem uma alimentação diferente
daquela a que estão acostumados, e seu preço,
dependendo do tamanho e da variedade
escolhida, costuma ser duas a dez vezes maior
que os mesmos exemplares juvenis. Os discos
crescem depressa, e se o aquarista for paciente,
em nove meses eles atingem a maturidade
sexual e a idade adulta.
Os discos são peixes de cardume, de
maneira que não devem ser mantidos sozinhos.
Os criadores de ciclideos usam o número seis
como a quantidade mínima para se obter um
par ou casal, mas, com sorte, você pode até
conseguir três. Normalmente, em um pequeno
grupo como este, logo se estabelece uma
hierarquia social, com indivíduos dominantes
exercendo a sua agressividade sobre os
dominados. A adição posterior de um novo
espécime ao grupo costuma causar a sua
segregação pela maioria, que chega até em
certos casos a infligir danos físicos ao recémchegado,
relegando-o a um canto do aquário e
condenando-o à fome. Este comportamento é
normal, e a retirada deste dominante costuma
apenas eleger um outro à mesma sorte. Mas
você não deve deixar as coisas chegarem a este
ponto: a situação pode ser amenizada com a
introdução do novo disco à noite, rememorando
o aquário se necessário, para melhorar as suas
chances de aceitação.
Adquira peixes saudáveis. Evite discos
que exibam os seguintes sinais: que estejam
escuros, parados num canto do aquário, com
respiração ofegante, que tenham o ventre
afundado ou a região da cabeça acima dos
olhos emagrecidas, com a quilha frontal
saliente; que carreguem fezes gelatinosas ou
brancas difíceis de se soltarem, indicativo de
doença geralmente causada por protozoários
intestinais; que tenham pequenos buracos na
cabeça e na face, indicativo de extrema
deficiência nutricional; que arremetam e se
esfreguem contra qualquer objeto dentro do
aquário, sinal de que são portadores de
parasitas de pele ou de brânquias; ou que
possuam olhos com um tamanho exagerado em
relação ao corpo, indicativo de que foram
hormonados para intensificação das cores.
Os discos saudáveis investem para
quem se aproxima do aquário, procurando por
comida; os seus olhos são transparentes, a
respiração regular, o comportamento curioso,
as cores vivas, as nadadeiras bem abertas.
ACLIMATAÇÃO
Os discos devem jejuar por algumas
horas antes e depois de viajarem, para evitar
problemas digestivos e diminuir os produtos do
seu metabolismo, minimizando a poluição da
água de transporte. Dependendo do número e
tamanho dos espécimes, e ainda do tempo de
trânsito, deve-se suspender a alimentação por
um período que varia de 12 a 48 horas. Os
discos devem ser transportados em sacos
plásticos com água e oxigênio, devidamente
acondicionados em caixas de isopor ou
papelão. Não devem ser usados produtos
químicos para oxigenar a água dos sacos, pois
estes danificam a mucosa dos discos, mas um
agente comercial protetor de muco pode ser
adicionado à água de transporte.
Tenha cuidado e evite choques de
temperatura e pH quando da aclimatação ou
transferência dos discos. Coloque os sacos
boiando na água do seu aquário durante quinze
minutos para as temperaturas se igualarem; em
seguida, abra os sacos e adicione água do
aquário gradualmente, bem devagar, na razão
de 25% do volume inicial a cada quinze
minutos. Ajuste o pH com no máximo 0,2
unidades de diferença, e quando tiver alcançado
isto, retire cuidadosamente o peixe com um
puçá e coloque-o no aquário, descartando a
água do saco.
Caso haja cloro, remova-o da água do
aquário, adicionando algumas gotas de solução
à base de tiossulfato de sódio (anti-cloro)
disponível no comércio. Se você colocar seus
discos em um aquário que não teve tempo de
maturar o filtro, use o teste de amônia
regularmente e faça trocas diárias de água.
Procure inocular o seu filtro com substrato que
contenha bactérias nitrificantes. O
recomendado é colocar os discos num aquário
cujo filtro já se encontre funcionando há pelo
menos um mês. Todos os discos recémadquiridos
devem passar por um período de
quarentena de pelo menos três semanas antes
de os colocar num aquário já estabelecido com
outros peixes.
O AQUÁRIO DE DISCO
Os discos são peixes de médio porte e
necessitam de aquários de capacidade adequada
ao seu tamanho. Num volume mínimo de 100
litros você pode ter no máximo uns oito discos
juvenis de 4 cm de tamanho, e se quiser que
eles cresçam bem, este número terá que ser
reduzido com o passar do tempo. O ideal é
providenciar um aquário de mais capacidade,
com um volume útil de 150 a 300 litros.
Os criadores de discos mantém seus
peixes em aquários sem areia, plantas ou
qualquer tipo de decoração, a não ser um cone
de barro ou tubo de plástico para desova, pois
fica mais fácil os casais localizarem suas
larvas. Além disso, facilita a higiene e a
manutenção do aquário, economizando tempo e
trabalho para quem possui dezenas deles. No
entanto, um aquário bem ornamentado é o
prazer de muitos aficionados do hobby da
aquariofilia, e para estes é triste a idéia de
colocar peixes tão belos e nobres em aquários
vazios como os descritos. Devido à natureza
tímida dos discos, e à água morna de que
necessitam, existem alguns truques para se
conseguir um aquário comunitário bem
balanceado.
Disco verde
PLANTAS E PEIXES
COMPATÍVEIS
Se você deseja plantas vivas, aquelas
que agüentam temperaturas altas são as mais
indicadas. As recomendadas incluem as
espadas , todas as espécies de Echinodorus,
todas as espécies de Vallisnérias, etc... Eu
adicionaria ainda à lista todas as espécies de
Anúbias, em particular a barteri. Estas plantas
podem ser plantadas em potes ou enterradas no
substrato, ou ainda, inseridas em buracos dos
troncos ou madeiras decorativas.
Na seleção de outras espécies de peixes
para conviverem com os discos, é melhor
escolher espécies não agressivas e que possam
tolerar as altas temperaturas em que vivem os
discos. Espécies compatíveis são os pequenos
tetras, como os neon, os cardinais, etc... Os
ciclídeos anões também convivem bem com os
discos, assim como todas as espécies de
corydoras, que auxiliam, ainda na limpeza dos
detritos do fundo do aquário. E se você
pretende uma exibição realmente exótica, uma
raia de água doce pode ser mantida com discos
adultos, desde que estes sejam maiores do que
aquela, no tamanho. As raias são únicas no fato
de que compartilham poucas doenças com os
peixes ósseos, mas costumam devorar peixes
do tamanho dos tetras, além de aumentarem de
tamanho rapidamente. O acará-bandeira não é
espécie compatível, pois é agressivo e portador
freqüente de parasitasses que são fatais aos
discos.
Como última recomendação, não
coloque as outras espécies de peixes
compatíveis no aquário antes dos discos, para
que estes possam estabelecer seu território.
Assim, os novos peixes que chegarem serão os
intrusos, e os discos continuarão a reinar no
aquário, em vez de serem intimidados.
ALIMENTANDO OS DISCOS
Os discos devem receber uma dieta
balanceada constituída pôr alimentos
congelados, secos e vivos. As misturas
congeladas incluem carne de coração de boi ou
de peru moídas, ou ainda, camarão e
suplementos vitamínicos e minerais. Os discos
adoram vermes brancos, náuplios e artemias
salina. Os alimentos liofilizados e secos
deverão ser previamente umedecidos, pois os
discos relutam em pegar comida que flutua na
superfície.
Alimente os peixes tão frequentemente
quanto possível, pois o alimento se converte em
crescimento. No entanto, lembre-se que a água
do aquário é facilmente poluída com excessos.
Como referência, alimente os discos
pelo menos duas vezes ao dia, de manhã e à
tarde, e remova o excesso de alimento após as
refeições. A carne de coração e camarão se
deteriora muito rapidamente se não for
consumida; já os alimentos vivos podem
permanecer no aquário tanto tempo quanto
durarem. Evite, no entanto, os vermes do
gênero tubifex, pois são vetores de doenças e
encontram-se frequentemente contaminados
por metais pesados.
A ausência de apetite de alguns discos
pode ser quebrada com o oferecimento de
alimentos vivos. Não existe um acará-disco que
não nade atrás de uma artemia que se
movimenta na sua frente. O alimento estimula
o apetite ainda mais se for oferecido na
presença de outros discos que comem
avidamente.
QUALIDADE DA ÁGUA
A verdadeira chave para a boa
manutenção dos discos é a qualidade da água.
Os discos vivem melhorem temperaturas que
vão de 28 a 30 graus, com um ideal de 29 graus
centígrados. Abaixo de 26 graus eles perdem a
resistência a doenças. O pH pode se encontrar
na faixa de 5 a 7, com um ideal em 6. A dureza,
de 0 a 60 p.p.m., e a condutividade de
preferência abaixo de 100uS/cm. A amônia e os
nitritos devem ser inexistentes, e o nível do
nitrato não deverá ultrapassar os 15ppm. Este
último parâmetro, além de poder ser
monitorado mediante um kit comercial de
análise, pode ser controlado através de trocas
de água periódicas e a remoção dos restos de
alimentos e fezes. Uma regra de ouro são as
trocas parciais de água do aquário de 25 a 50%
do seu volume uma a duas vezes por semana, e
o sifonamento manual dos detritos ou mediante
um sistema de filtragem adequado. Para
facilitar o trabalho, voce pode usar areia bem
fina no fundo, em vez do tradicional cascalho,
pois ela tende a manter os detritos na sua
superficie. A sujeira pode então ser removida
mediante uma ligeira corrente provocada por
uma bomba submersa. O truque para isto é
obter uma corrente circular forte o suficiente
para mover os desperdícios mas não a areia, a
nível do fundo, até à captação do pré-filtro do
aquário. A corrente circular pode ser criada
pelo posicionamento de jatos de água
tangenciais à superficie, com um último
apontando para baixo, ao longo do vidro
vertical do aquário. Os primeiros empurram a
água horizontalmente de um lado para o outro,
no sentido longitudinal, enquanto o outro
empurra para baixo, estabelecendo a corrente
circular. Os discos se adaptam muito bem a
correntes de água desde que elas não sejam tão
fortes a ponto de moverem o substrato ou
objetos decorativos dentro do aquário.
O filtro biológico, independente do tipo
a ser utilizado segundo a preferência ou a
adequabilidade, deverá reduzir toda a amônia e
nitritos para nitratos. A cama de bactérias
nitrificantes se expande e contrai de
conformidade com o abastecimento de
alimento, que é fornecido pelos peixes, como
uréia, fezes, dióxido de carbono e restos de
comida. Assim, a densidade de povoamento
dos peixes no aquário tem um efeito direto na
expansão ou contração populacional das
bactérias. Normalmente são necessários
pequenos volumes de filtro para se nitrificar um
aquário, e se quantidades adequadas de
oxigênio são fornecidas para as bactérias, toda
a amônia é convertida para nitrato. No entanto,
o kit de análise de amônia é a referência que
mostra a partir de que momento um filtro
adicional ou uma troca de água podem ser
necessárias.
Considere sempre a redundância no
equipamento essencial de suporte de vida:
aquecedor, aerador e bombas de água sempre
com potências superiores ao necessário, de
maneira que os peixes possam sobreviver em
caso de falha. É tolice perder um aquário de
discos caros por causa de um aquecedor ou
bomba baratos, de pouca qualidade. Não
espere que um aquecedor de 50 watts tenha o
mesmo desempenho que um de 250, ou que
uma bomba de 20 litros por hora tenha o
mesmo fluxo de uma de 150. A filtração
contínua permite também uma manutenção e
limpeza mais fáceis do aquário, além de evitar
flutuações constantes nos nívieis de amônia e
dos outros parâmetros de qualidade de água.
PROBLEMAS
Se a qualidade da água for mantida em
níveis ótimos e se apenas co-habitantes
pacíficos forem mantidos com seus discos,
voce não deverá experimentar nenhum
problema com eles. Lembre-se, no entanto, que
a prevenção é o melhor remédio. Manter o
aquário livre de comida não consumida, de
material fecal e outras sujeiras é extremamente
importante para a saúde dos seus peixes. Um
aquário limpo diminui as chances de infecções
parasíticas ou bacterianas, e mantém o nível de
nitratos baixo. Mas no caso em que a prevenção
não foi suficiente, e os seus peixes ficaram
doentes, você vai precisar de uma boa dose de
calma e paciência. Calma para fazer um
diagnóstico adequado e escolher o remédio
certo, e paciência para o tratamento e a
completa recuperação dos seus peixes. Os
discos são acometidos geralmente por infecções
bacterianas e viróticas, infestações de parasitas
causadas por protozoários flagelados, vermes
nematóides e platelmintes, e por toxidez ou
envenenamento. Esta distribuição de tipos de
doenças nos discos corresponde normalmente
àquela de outros peixes ornamentais, o que
indica que o estabelecimento das mesmas
necessita de fatores que predisponham a sua
manifestação. Isto quer dizer que elas podem
ser evitadas com boas condições de
manutenção.
CONCLUSÃO
A manutenção dos discos pode ser mais
fácil do que você imagina. A verdadeira chave
é a qualidade da água. Não dê alimentos
demais, mantenha o nível de nitratos baixo e o
aquário limpo, livre-os de situações de estress
dando-lhes imunidade para lidarem com
nossos descuidos, e não faça nada para impedir
os seus próprios esforços de levarem para a
frente o seu destino. E surpreenda-se assistindo
seus discos crescerem, se reproduzirem, e a lhe
darem muitos anos de aprendizado e
entretimento.
DISCOS NERVOSOS
O autêntico disco é digno de ser
observado, embora em alguma ocasiões o meio
ambiente lhe provoca um temor que o torna
menos elegante.
O cuidado e alimentação dos discos
supõe, ainda hoje, uma experiência apaixonante
para os aquariófilos. Não obstante, podem
surgir múltiplos problemas.
Vamos abordar um destes problemas, o
aumento da timidez nestes peixes. É
sensacional vê-los num aquário cheio de
plantas, descansando ao lado de uma raiz ou
nadando devagar mostrando todo o seu
colorido. Também é bonito ver como se
aproximam do vidro do aquário quando te
aproximas, especialmente se tens visitas: é
então que podes mostrar aos teus amigos, já
que os peixes reagem à nossa observação com
curiosidade e sem nenhum tipo de timidez. na
prática, não obstante, as coisas não são sempre
assim. Por exemplo, pode acontecer que à
mínima perturbação o peixe atravesse
rapidamente o aquário à procura de algum
esconderijo, onde permanecerá completamente
tenso, com as suas barbatanas abertas e uma
coloração marcadamente raiada. Se o peixe
reage sempre fugindo para um lugar seguro, o
teu interesse pelo disco pode desaparecer
rapidamente ao não encontrar nenhum prazer
em observa-lo. Além disso, isto pode chegar a
ter conseqüências graves para o peixe. O
comportamento nervoso é sinal de que se
encontra num estado contínuo de estresse, que
incide num mau desenvolvimento. Estes discos
não se reproduzem e podem ser fácil presa de
doenças.
O que pode ser feito quando o teu peixe
reage timidamente e está sempre nervoso?
Primeiro vamos estudar o comportamento dos
discos. Por natureza, o disco é um ciclídeo
grande e bastante tranqüilo. É sedentário e
gosta de permanecer em pequenos grupos com
outros da sua espécie. A sua forma de nadar é
igualmente tranqüila e pausada. Prefere locais
sombrios, que lhe servem de refúgio quando se
sente ameaçado. Não obstante, e contra o que
alguns pensam, o disco não é necessariamente
tímido. Pode chegar a conhecer o seu dono,
assim como tudo o que rodeia o aquário,
acostumando-se inclusive à presença de uma
mão no mesmo, o que pode ser benéfico para
evitar que perante certas circunstâncias
desencadeie-se um aumento da tensão no peixe.
As causas principais que provocam este
comportamento são as doenças e água
inadequada. Observei, por exemplo, que na
maior parte dos peixes a infecção por Hexamita
ou por Spironucleus provoca no seu primeiro
estágio um nervosismo pouco corrente. O
mesmo ocorre quando estão infectados por um
ectoparasito como o parasita das brânquias.
Igualmente uma degradação das condicções da
água, faz aumentar a concentração de nitratos,
ou também por outras circunstâncias, pode
explicar o aparecimento de um comportamento
especialmente sensível, Portanto, o início de
um comportamento nervoso pode ser
considerado um sinal de alarme.
A montagem e o tipo de aquário são
elementos a ter em conta para limitar o
aumento da tensão no peixe. Os aquários de
reprodução devem ter pelo menos 40 cm. de
fundo, embora se tiverem mais de 50 cm. muito
melhor. Isto proporciona ao peixe a
oportunidade de se afastar ou esconder,
essencial em qualquer caso.
Os aquários que se podem contemplar
por trás e pela frente , por exemplo, não são
apropriados para manter discos, a não ser que
sejam bastante largos.
É aconselhável cobrir o exterior das
partes posterior e lateral do aquário com posters
(foto-fundo). Quanto à iluminação, demasiada
luz empalidece a cor do peixe e aumenta o seu
nervosismo. Também não é aconselhável uma
luz fraca. O ideal é uma luz suave, superficial
com algumas plantas flutuantes, como a Pistia
stratiotes.
Um aquário cheio de plantas pode ficar
bonito, mas pouco aconselhável no caso dos
discos, pois aproveitam a floresta para ocultarse,
o que os faz ser mais tímidos. É melhor
plantar o fundo com Vallisneria e Echinodorus
e Anubias no centro do aquário. A utilização de
madeira, assim como um substrato escuro são
ideais no solo do aquário como decoração, mas
também como possível refúgio. Por outras
palavras, é preferível ser moderado no que se
refere à decoração do aquário.
Os peixe grandes e os que nadam
depressa não são aconselháveis como
companheiros para disco. A timidez poderá
aumentar em tais companhias.
É permissível alguma atividade em
frente ao aquário? Basicamente a resposta é
sim. A presença de movimentos não habituais
não prejudica em absoluto os discos. Pelo
contrário, podem acostumar-se e fazer com que
percam o medo, dentro de certos limites.
Aprendem a reconhecer o seu tratador, assim
como a reagir perante determinados sinais.
Mas, isto não é aplicável se estiverem na
postura ou acasalamento, em ambos os casos é
necessária uma certa tranqüilidade. Inclusive,
comprovou-se que os casais que estão
acostumados ao contato com pessoas, e que não
reagem com medo, criam de uma forma mais
confiante do que aqueles que são mais
medrosos. Um casal de indivíduos que esteja na
desova e sejam especialmente medrosos,
tendem a procurar refugio mas se sintam
ameaçados, abandonando a postura à sua
própria sorte. Isto pode chegar a ser
especialmente crítico se acontece quando as
crias precisam do muçus do corpo dos pais,
dado que ao estarem nervosos, não
permanecem quietos o suficiente para que as
crias se alimentem.
Existem também, outros fatores que
produzem um aumento da tensão nos peixes.
Podem-se utilizar diferentes tipos de métodos
para contrariar a timidez dos peixes, entre os
quais se propuseram várias. Em qualquer caso,
a maior parte das vezes, o principal problema é
eliminar a fonte de esteres. Se conseguir, terás
um grande prazer cuidando dos seus discos.
OS DISCOS COMEM
NA MÃO
Se mantivermos uma dieta alimentar
regular a determinadas hora do dia, os peixe
começam a reagir perante certos estímulos,
como por exemplo levantar a tampa do aquário.
Quando o peixe reage a este tipo de sinais,
pode-se tentar alimenta-los com a mão
lentamente na água, num local onde os peixes
vão comer. Tanto as larvas, como a comida
congelada ou em tabletes, deve segurar-se com
os dedos.
Passado um tempo o peixe começará a
interessar-se pela comida, movido pela
curiosidade e pela fome. Uma vez que um dos
peixes comece a comer, já se superou o
primeiro obstáculo e logo o seguirão os
restantes peixes.
E então quando começa o frenesi da
comida, elegendo cada um o seu bocado e
empurrando-se uns aos outros. Cada um trata
de apanhar da mão o bocado maior. É isto que
torna divertido criar discos.
Se não tiveres êxito na primeira tentativa, não
desistas, tenta uma e outra vez. Em nenhum
caso esta forma de alimentação molesta os
discos, pelo contrário, chegam a acostumar-se e
a sentirem-se confiantes.
Estou alimentando os meus discos com
a dieta profissional de Bernd Degen. É ideal
para conseguir um ótimo crescimento e além
disso os discos podem acostumar-se a comer da
tua mão diferentes tipos de alimento.
O coração de peru, um dos
componentes da dieta de Degen, é a comida
favorita dos meus discos. Dado que é um
alimento rico em fibras, tem mais vantagens
que o de vaca, que administrado regularmente
pode ocasionar a constimpação intestinal. Os
discos requerem uma dieta nutricional de
qualidade.
Alimenta-los com a mão é um
passatempo agradável e inclusive aconselhado
por várias razões. Assim, tente alimentar teus
discos com as mãos, garanto que a experiência
será gratificante
DA LENDA À REALIDADE
Sob o ponto de vista prático gostaria de
fornecer algumas informações sobre as diversas
espécies e variedade de discos. Não faz muito
tempo esta classificação era extremamente
simples. Hoje, em face das contínuas inovações
propostas por criadores, para uma nova
reclassificação de espécies e variedades,
subespécies silvestres, etc., será tarefa muito
difícil.
Symphysodon discus discus:
Este é o primeiro Acará-disco que se
tem notícia. Foi classificado por Heckel, em
1840 e por isso é chamado de disco heckel. A
característica que distingue esta espécie,
evidente até para um leigo, é a quinta listra
vertical mais espessa e escura que as outras. A
cor de fundo varia do castanho acinzentado até
ao rosa, com estrias que vão do verde ao azul.
Trata-se de uma espécie bastante acessível sob
o ponto de vista econômico e robusta no seu
manejo. Uma outra subespécie muito conhecida
do Heckel é o “Cara-azul” ou Symphysodon
discus willischwartzil, caracterizado por
possuir a cabeça de uma coloração azul intensa.
Symphyosodon aequifasciata axeroldi:
Certamente esta espécie de disco é mais
difundida na aquariofilia, a mais fácil de ser
reproduzida e aquela que possui mais
variações. Descrito por Schultz em 1960, é
conhecida como disco Castanho ou Marron.
Trata-se certamente da espécie sobre a qual se
tem feito mais seleção: tanto o disco vermelho
quanto a variedade turquesa-vermelho foram
selecionados a partir do disco Marron. O corpo
é, geralmente, castanho, com variações que vão
do laranja claro ao vermelho, com estrias
azuladas e vermelhas no dorso e na cabeça. A
cor dos olhos vai do amarelo ao vermelho-rubi.
Segundo do Dr. Axerold, o disco do ano de 94
foi um Vermelho de Alenquer, do criador
chinês Gan, primeira geração de um Alenquer
selvagem, que nada mais é do que um disco
Castanho. Peixes muito raros de cor vermelha
ou laranja são muito cotados entre os criadores
e com preços que andam em torno dos mil
dólares o exemplar.
Symphysodon aequifasciata aequifasciata:
Esta espécie é o disco Verde, do qual
Jack Watley selecionou o Turquesa, hoje
famosíssimo. Descrito por Pellegrin em 1903, o
disco verde é portador de estriações verdeturquesa
sobre o dorso e a cabeça e, muito
raramente (1% dos casos), sobre o corpo. Muito
procurado pelos entendidos são os espécimes
com pontos vermelhos de cor muito intensa nos
flancos, peixes esplêndido aos quais se deram
nomes muito exóticos e cativantes como Verde
de Tefé, Coari e Putumayo, nomes estes que
indicam a localidade geográfica de origem,
geralmente rios ou lagos onde foram pescados.
Parece que, todavia, existe uma certa
dificuldade em se encontrar estes peixes nestas
localidades, o que leva a crer que estes nomes
foram dados mais pelo efeito sonoro que
produzem do que realmente pela origem dos
espécimes.
Symphysodon aequifasciata haraldi:
Também descrito por Schultz em 1960,
esta espécie é conhecida como o disco Azul.
Para alguns trata-se apenas do S.a.axelrodi
com estriações azuis mais intensas. Alguns
exemplares capturados na natureza portam
estrias de um azul intenso sobre o corpo, e
então são chamados de Azul Real. Hoje na
maior parte dos casos este nome não significa
mais nada, tantos são os peixes no comércio, da
espécie S. a. haraldi, recolhidos na Amazônia.
Symphysodon “?”:
A revista italiana Aquarium relata que,
numa localidade ainda mantida em segredo no
nosso país, uma expedição alemã teria
descoberto, recentemente uma nova espécie de
disco que não pertence a nenhuma classificação
descrita. Os direitos fotográficos do espécime
pertencer à revista japonesa Discus Annual e,
atualmente, um ictiólogo alemão estaria
trabalhando para descreve-la e dar-lhe um
nome. Trata-se do evento mais importante dos
últimos anos em matéria de discos selvagens,
do que ouviremos falar brevemente, se, é claro,
houver um fundo de verdade em tal
acontecimento.
Variedades híbridas:
É quase impossível fazer uma
panorâmica precisa e detalhada sobre todas as
formas e variações de discos híbridos,
sobretudo os asiáticos, que tem sido
selecionados. Procurarei, portanto, fazer uma
classificação em linhas gerais que permita ao
aquarista compreender a origem dos peixes que
estão sendo oferecidos no mercado.
A história dos discos híbridos conheceu
dois grandes momentos principais: a criação do
Turquesa, por Jack Watley e a do Pigeon
Blood, no início dos anos noventa. É muito
importante considerar que, quando um criador
seleciona uma nova variedade de disco, pelo
menos dois anos tem que se passar até que ele
produza alguns poucos exemplares com as
características fixadas, que servirão de
reprodutores para as próximas gerações. Nesta
primeira fase, o criador que deve ser um
empreendedor muito atento aos lucros, oferece
normalmente alguns exemplares a outros
criadores com poder aquisitivo elevado. Por
ordem, estes são geralmente os japoneses,
seguidos dos americanos, canadenses, alemães,
ingleses, franceses, italianos e espanhóis. Como
exemplo, um criador asiático adquiriu de outro
um casal de discos Pele de Cobra, por 30 mil
dólares.
O disco Turquesa:
Hoje o disco Turquesa de Watley é a
variedade mais difundida no mundo e tem sido
criado em todo o mundo com resultados
diversos, que levam nomes como Cobalto,
Turquesa Brilhante, Azul sólido, etc., que nada
mais são do que variantes do tema turquesa. A
coloração é hoje quase um fato secundário,
uma vez que se prima também pela obtenção de
formas cada vez mais perfeitas, mais
arredondadas no sentido vertical, com
barbatanas cada vez maiores. Assim surgem os
exemplares “Hi-body” (corpo alto) e “Hi-fin”
(barbatanas altas). já se vende exemplares
cauda-de-lira, com barbatana dorsal
pronunciada, com alguns raios criando uma
espécie de penacho (característica de
masculinidade nos discos, mas também
presente em algumas fêmeas).
É preciso sempre ter em conta que as
características dos genitores, os descendentes
só adquirem quando adultos, ou bem formados,
com um diâmetro de 9 a 10 cm, e quando
provenientes de revendedores de seriedade
irrefutável. A cada duzentos exemplares
nascidos, apenas uns cinco podem ser
realmente iguais aos genitores e, normalmente,
estes peixes ficam com o criador ou são
vendidos a um preço astronômico. Quase todos
os discos, se não são tratados com hormônios,
são cinzas ou castanhos quando jovens, e por
isso é muito fácil ser enganado ao adquiri-los.
É por isso que é importante adquirir peixes de
procedência segura.
A última novidade no campo dos discos
azuis é o Diamante azul; trata-se
verdadeiramente de um peixe todo azul (quase
metálico), que não possui as nove listras
verticais e nenhuma estriação em nenhuma
parte do corpo. Dotado de magníficos olhos
amarelos é um disco sensacional pela beleza e
majestade que a sua cor lhe confere. Todavia,
nesta variedade, é difícil encontrar uma forma
redonda e harmoniosa. Parece que quem o
selecionou foi Lo Wing Yat, em Hong Kong,
mas outros criadores asiáticos já o possuem.
Vencedor do show Aquarama’95 em
Singapura, o Diamante Azul é um peixe caro e
ainda pouco disponível. Todavia, a sua
crescente disponibilidade faz-nos acreditar que
será acessível a preços ao alcance da maioria,
com todas as variantes que provavelmente
serão criadas. Num futuro muito próximo, será
um disco padrão que se encontrará
normalmente no mercado como atualmente se
encontra o Turquesa e o Pigeon Blood.
Turquesa Vermelho:
Selecionado na Alemanha, o disco
Turquesa Vermelho é, certamente, a variedade
sobre a qual existem mais tipos, hoje, no
mundo. Quase sempre se trata de um disco com
um fundo verde turquesa e estrias vermelhas
mais ou menos espalhadas. Os exemplares mais
equilibrados e harmoniosos provém da
Alemanha. Exemplares mais extremos são, por
exemplo, o Vertical do chinês Gan, disco azul
de corpo alto com estrias vermelhas muito
largas, verticais, de preço muito alto. Um outro
pseudo-turquesa-vermelho muito interessante e
já citado é o Pele de Cobra, de Paul Loo
(Malásia); possui estrias de um azul muito claro
(quase branco) sobre um fundo castanho
avermelhado, criando um efeito como pele de
serpente. Normalmente são portadores de mais
listras verticais do que os discos selvagens:
onze a quatorze.
Outras variedades do Turquesa-Vermelho são o
Dragon Red, o Red Tiger, o Red Pearl e o Red
Fern.
Pigeon Blood:
Este nome deriva de uma variedade
raríssima de rubi no qual o componente
vermelho foi buscar inspiração. Pode-se dizer
que se trata do disco dos anos 90. A verdadeira
novidade na criação seletiva. Apesar de
difundidíssimo hoje em dia, é seguramente o
disco do qual se tem a melhor relação custobenefício
que já se viu em circulação. Sendo
uma criação artificial do homem, o Pigeon é
um animal rústico e dócil, tão dócil que seus
donos freqüentemente relatam que os
transferem de aquários com as mãos. Não se
sabe, ainda, a origem precisa desta variedade,
criada no início dos anos 90, na Tailândia, mas
as evidências apontam para um criador de
discos de nome Kitti Phanaitti. É um peixe
amarelo-alaranjado, com estrias azuis claras e
vermelhas alternadas sobre todo o corpo, e
salpicado de pontos pretos que se intensificam
perto da nadadeira dorsal e na cauda. O Pigeon
já deu origem a um grande número de variantes
muito interessantes e curiosas como o Golden
Red Turquoise que é um Pigeon com muito
vermelho e quase sem pontos pretos. O Golden
Red é todo laranja com as nadadeiras dorsal e
caudal negras. O White Dragon e o Golden
Albino tem a cabeça laranja, o corpo branco e
apresentam um numero variável de manchas
laranja sobre o corpo. O Panda não é mais do
que um Pigeon com a marca Jack Wattley.
Vermelhos não-pigeon:
Aexpressão não-pigeon é utilizada no
momento para distinguir os discos vermelhos
naturais dos que são originários do Pigeon. Eles
são obtidos a partir de exemplares do disco
Castanho. O vermelho de Alenquer é o peixe
mais característico deste grupo. Selecionado
por Edward Schimidt, na Alemanha, é um
peixe de cor vermelha-acastanhada com perfil
muito pronunciado verticalmente e com as
barbatanas vermelhas e algumas estrias de um
azul intenso na nadadeira dorsal e na cabeça.
É portador das nove listras características e não
apresenta sob hipótese nenhuma a quinta listra
mais escura e espessa. Estes peixes tem a
característica de só apresentarem sua
verdadeira coloração com pelo menos um ano
de idade. O disco Vermelho Tomate é uma
novidade recente: apesar de conservar as nove
listras verticais, é completamente vermelho
escuro com tonalidade brilhante como no
Alenquer. Não possui estrias azuis, exceto
levemente esfumaçadas na cabeça. Uma
característica interessante no disco Tomato Red
é que os juvenis de 4cm de diâmetro já
apresentam coloração intensa, assim como os
juvenis do Pigeon Blood.
A REPRODUÇÃO DE DISCOS
Os aficionados de acarás-discos
representam uma “espécie” à parte de
aquaristas. Isto é devido às peculiaridades
específicas destes peixes. A sua criação
demanda uma atenção especial e uma boa dose
de intuição. Raramente outra espécie de peixe
demonstra tão rápido e inequivocamente os
efeitos de uma manutenção inadequada ou
incorreta. Apesar disto, são peixes muito
resistentes, e, quando criados apropriadamente,
são animais de estimação adoráveis. Talvez isto
seja apenas parte da fascinação que exercem
para muitos aquaristas. E assim o círculo dos
fãs do disco cresce a cada dia, e aqueles não
poupam esforços ou despesas para darem a seus
protegidos um paraíso aquarístico aqui na terra.
Quase todos os aquaristas de discos tem
alguma história para contar sobre algum
problema pelo qual já tenham passado, e
possivelmente esta é mais uma razão porque se
sentem piscicultores especiais. Não são apenas
aquaristas no sentido comum do termo.
Nenhuma distância é muito grande para uma
troca de idéias, uma visita a outro criador, um
seminário, quer este esteja na Alemanha,
Flórida ou Singapura. Um ar de exclusividade
enche o mundo do admirador de discos. E o
círculo de seguidores cresce.
O pináculo da criação de discos é
indiscutível: a reprodução destes peixes com
sucesso. Isto não quer dizer que a propagação
de outras espécies seja fácil, por comparação.
Muitos outros peixes são até mais difíceis de
procriar em aquário. Todavia, a reprodução de
discos permite uma introspecção fascinante na
sua biologia reprodutiva incomum, tal como
raramente existe a oportunidade de observar, e
que dá ao criador ou aquarista uma experiência
especial de sucesso.
Apesar do disco ser reproduzido
comumente nos dias de hoje, alguns problemas
ainda surgem e que são comuns à maioria dos
criadores. A troca de achados e observações
importantes era até há bem pouco tempo
limitada, e o aspecto comercial sempre teve um
papel decisivo nesta questão. É até
compreensível, mas quem responderá às
perguntas em aberto? Quem esclarecerá os
problemas de reprodução do disco? Por que
alguns discos não desovam? Por que outros
comem sua desova uma atrás da outra? Por que
os ovos não se desenvolvem e são atacados por
fungos? Por que as larvas não nadam para os
pais e em vez disso morrem de fome num canto
do aquário?
Qualquer pessoa que trabalhe
intensivamente com discos logo se questionará
sobre estes e outros assuntos, que são
fascinantes para mim, que mergulho
diariamente no mundo da reprodução destes
ciclídeos. Como aquarista, acho alguns
problemas difíceis de serem explicados, mas
algumas soluções podem ser obtidas mediante
observação cuidadosa e aprendizado no manejo
com os casais reprodutores, assim como no
arranjo adequado do aquário de desova.
REPRODUTORES
Um par ou casal de discos harmoniosos
dá pouco trabalho ou preocupação. No entanto,
o par perfeito é muito difícil de ser encontrado.
Como se faz para se conseguir um casal de
discos? Bem, a maneira mais fácil seria
adquirir indivíduos adultos ou - melhor aindaum
casal já formado. Mas o caminho mais fácil
pode ser o mais enganoso. Deve-se suspeitar da
oferta de pares acasalados. Bons casais
raramente estão à venda, e peixes como estes
circulam no mercado apenas entre criadores
amigos que procuram por novas linhagens
genéticas. Alguns indivíduos menos
escrupulosos podem oferecer casais para venda
que são reprodutores deficientes, ou que já
passaram da idade de reprodução. Como um
par em reais condições reprodutivas possui um
alto preço, a pessoa só deve comprar no caso
do seu desempenho poder ser vistos e
comprovados. Se os peixes são jovens e
desovaram uma ou duas vezes, mesmo sem
sucesso, você pode se sentir mais confiante do
que com peixes mais velhos e já estabelecidos
como casais reprodutores.
No entanto, o modo mais adequado de
se conseguir um casal é criar um grupo de
discos juvenis até atingirem a maturidade
sexual, e deixar que se formem os pares. Criar
discos jovens até um tamanho em que se
encontrem prontos para procriar pode levar de
9 a 22 meses. A engorda completa de discos
juvenis não é tão simples e não deve ser
subestimada. Se você aceitar o compromisso a
longo prazo de criar o seu próprio plantel, você
deve começar com um bom grupo, pois os
discos são peixes de cardume. O ideal é você
começar com dez a vinte discos juvenis num
aquário de pelo menos 120 litros. Mais tarde, à
medida que os peixes vão crescendo, este
cardume deve ser transferido para um aquário
maior de 250 a 300 litros, ou separados em dois
grupos. Você notará então que alguns peixes do
seu plantel ficam juntos em duplas, e que estas
tentam afastar os outros espécimes que se
aproximam. Uma vez que um par de discos se
formou, eles não devem ser separados, pois
estes magníficos ciclídeos tendem a
permanecer acasalados por longos períodos de
tempo.
DIMORFISMO SEXUAL
A sexagem dos disco é assunto
polêmico e difícil. Ao longo dos anos um
dedicado aquarista que lida com discos poderá
desenvolver uma boa intuição para a distinção
do sexo destes peixes, mas mesmo assim
poderá se surpreender errando de vez em
quando. Freqüentemente o comportamento dos
discos adultos em cardume fornece pistas sobre
o seu sexo. A sexagem de peixes juvenis é
impossível, mas o fato de que os machos num
cardume de mesma idade e origem são maiores
que as fêmeas já ajuda na hora da aquisição. De
fato, o aquarista que compre um cardume de,
digamos, dez discos juvenis, e selecione apenas
os peixes maiores do grupo, sempre descobre,
meses mais tarde, que criou um cardume de
machos.
Nos peixes adultos o sexo pode ser
intuído com um pouco mais de facilidade, mas
ainda assim não existem garantias de 100% de
acerto. Os machos são, normalmente, maiores
que as fêmeas de mesma idade. As barbatanas
dorsal e anal terminam em ponta nos machos e
arredondadas nas fêmeas. A curva entre a
cabeça e o começo da nadadeira dorsal da
fêmea é mais saliente e redondo,
principalmente quando esta se encontra com os
ovários cheios, que, ao contrário dos machos, é
reto e magro.
O AQUÁRIO DE REPRODUÇÃO
O aquário para a reprodução dos discos
deve possuir um volume que varia de 80 litros,
no mínimo, a 150 litros, no máximo. Um
tamanho exemplo pode ser um cubo de
50x50x50cm, mas esta é apenas uma das
dimensões possíveis. Por outro lado, não existe
nada que impeça o aquarista de manter um
casal num volume maior para a desova; pares
bem acasalados com seus filhotes podem ser
mantidos em aquários de até um metro de
comprimento. Todavia, para casais novos e
ainda inexperientes, aquários com volumes
menores são mais recomendados por seus
resultados mais positivos. Nestes aquários
compactos o casal e os filhotes são obrigados a
um contato mais íntimo, o que tem um efeito
mais eficaz no sucesso das primeiras desovas.
O aquário de reprodução não deve
possuir nenhum tipo de decoração como areia,
plantas ou troncos. O único objeto existente
deve ser o substrato para desova, normalmente
um cone de argila cozida ou um tubo cilíndrico
de PVC, ou ainda, uma placa de ardósia,
mantidos na posição vertical e bem lastreados
para que os peixes não desloquem o substrato
durante a limpeza ou a desova. Se, por acaso,
não existir nenhum desses substratos, os discos
desovam nos cilindros dos aquecedores ou
simplesmente nos vidros laterais do aquário. Os
aquários de reprodução são isentos de
decoração porque são mais fáceis de manter
limpos, e porque é mais fácil para o par
reprodutor achar suas larvas quando estas
começam a nadar e a se espalhar pelo aquário.
A limpeza dos aquários de reprodução tem um
papel importante que não deve ser subestimado.
Para os criadores de discos este tipo de aquário
representam uma economia de tempo e trabalho
consideráveis, pois normalmente lidam com
uma ou mais dezenas de unidades de criação.
PREPARATIVOS PARA
A DESOVA
Regra geral, o par acasalado é transferido
para um aquário só deles, de maneira que
possam começar os preparativos para a desova.
A brusca mudança de aquário pode causar uma
perturbação temporária no comportamento do
casal. Mas depois de um curto período tudo
retorna ao normal e os peixes se preparam para
a desova.
O ciclo reprodutivo dos discos pode ser
induzido por mudanças físico-química da água:
por exemplo, uma troca parcial de água tem
sempre um efeito benéfico sobre o
comportamento destes peixes. Assim eles
reagem a mudanças na temperatura e no pH, e a
redução no nível de nitritos tem também um
efeito positivo sobre os peixes, induzindo-os a
desovar. O uso de turfa pode também trazer
resultados surpreendentes sobre a indução dos
peixes à desova. A turfa pode ser envolvida
numa meia de nylon e colocada no circuito do
filtro. Alternativamente, a água preparada para
as trocas parciais pode ser enriquecida
previamente com extrato de turfa.
Casal de discos oxigenando a postura.
REPRODUÇÃO
Quando dois discos adultos se acasalam
e começam seus preparativos para a desova,
ambos os peixes se cortejam, ondulando as
nadadeiras e abaixando a cabeça quando se
cruzam nadando. O macho persegue a fêmea e
às vezes a empurra levemente pelo ventre.
Mudanças externas acontecem no casal, como o
escurecimento das cores, principalmente na
metade posterior do corpo. As quatro ou cinco
últimas listras verticais ficam pretas e largas.
Isto indica que a desova é iminente. O par
procura por um local adequado para a desova,
normalmente o substrato que o aquarista
providenciou. Uma vez escolhido o local, o
substrato de desova é limpo por ambos, com a
boca. Todos estes preparativos são
acompanhados por estremecimentos do corpo,
que é um sinal da desova iminente. A fêmea
fica mais agitada e se aproxima do local
escolhido para um “treino”. Ela nada encostada
com o ventre no substrato de desova, de baixo
para cima, e o macho fica muito interessado
nela. Aqui o aquarista pode ajudar isolando o
aquário com plástico ou papel, de maneira que
casais próximos não se vejam. A instalação de
barreiras visuais entre os peixes ou entre os
peixes e pessoas, ajuda muito no sucesso da
reprodução, pois os machos se distraem
facilmente com a movimentação à volta do
aquário, e não fertiliza os ovos adequadamente,
nestas condições.
Os discos desovam, normalmente, à
tardinha. A temperatura tem uma influência
significativa no desenvolvimento dos ovos. A
29 grausC os ovos levam 55 a 60 horas para
eclodirem. isto significa que, para ovos
depositados hoje à tarde, eclodirão na manhã
do terceiro dia. Isto é importante para a
sobrevivência das larvas, pois na natureza, se
estas eclodirem durante a noite, o efeito pode
ser desastroso: os pais não conseguem mantelas
juntas no local da eclosão. A maioria dos
criadores de discos providenciam uma luz
noturna para os casais. Esta luz fraca, ligada
toda a noite, dá aos peixes a oportunidade de
enxergarem sua desova no escuro, para que a
continuem ventilando acordados, sem
dormirem. O comércio aquarista tem lâmpadas
especiais como mini-bulbos fluorescentes, que
servem para este fim. Eles fornecem ao par
acasalado luz difusa suficiente para guardarem
os ovos depois de as luzes principais do
aposento terem sido desligadas. Assim, apagar
ou acender de repente as luzes tende a deixar os
peixes assustados.
Uma vez que a fêmea começa a
depositar a primeira fileira de ovos, é
particularmente importante que o macho
fertilize a postura imediatamente. O esperma é
viável durante cêrca de 30 segundos e neste
tempo os espermatozóides tem que penetrar o
micrópilo dos ovos. Este é uma invaginação da
membrana do ovo em forma de funil,
localizado na metade superior do ovo, e que
serve para a penetração do espermatozóide e a
conseqüente fertilização. O micrópilo do ovo
mentem-se aberto durante dois minutos apenas,
e se neste tempo o macho não fertiliza a fileira
de ovos depositados, a fusão do DNA dos
genitores não acontece e os ovos goram.
Durante a desova não deverá haver uma
corrente de água muito forte no aquário, pois
esta poderá carregar o esperma, impedindo a
fertilização. Assim é aconselhável parar a
filtração do aquário durante uma hora enquanto
a desova acontece. O sistema de filtragem
deverá ser religado, tão logo a desova seja
completada.
Os peixes ficam em frente da desova e
passam alternadamente sobre ela. Quando a
fêmea deposita uma fileira de ovos, ela nada
para o lado e o macho vem e passa sobre elas,
fertilizando-os. Dependendo da idade do par
acasalado, o ato da desova demora de 60 a 90
minutos. Dependendo do tamanho da fêmea, o
número de ovos pode variar de 50 a 500. Os
ovos medem 1,4mm de comprimento e, como
em outros ovos de ciclídeos, eles aderem ao
substrato graças a uma fina camada de muco
presente a toda a volta do equador do ovo. A
divisão celular começa pouco tempo depois da
fertilização. Alguns ovos desenvolvem um
aspecto leitoso, opaco, ao lado dos amarelosambar
transparentes. Aqueles são chamados de
ovos gorados, pois são ovos mortos ou
coagulados. Na coagulação, as substâncias
coloidais dispersas dentro do ovo se
transformam em um gel. Baseado na minha
própria experiência, eles não influenciam o
desenvolvimento dos ovos saudáveis, a não ser
que funguem, o que normalmente acontece
algum tempo depois.
Os pais ficam perto da postura o tempo
todo e se revezam na oxigenação dos ovos com
movimentos das barbatanas peitorais. A
corrente de água provocada por estes
movimentos não só oxigena a postura, como
inibe a deposição de sujeira e microorganismos
na superfície dos ovos. A uma temperatura de
29 graus os ovos eclodem em 55 horas. Com 48
horas já é possível distinguir pontos pretos nos
ovos, que são os embriões, e que indicam que
os ovos estão se desenvolvendo normalmente.
Na manhã seguinte a eclosão acontece, e os
pais ajudam as larvas a se libertarem da casca
do ovo, tomando-as em suas bocas e depois
soprando-as de novo no substrato, para que
grudem neste por meio das glândulas adesivas
que possuem na cabeça e que começam agora a
funcionar, segurando o corpo da larva no
substrato.
Disco cuidando das larvas recém
nascidas
.
As larvas permanecem aderidas ao
substrato até que o conteúdo do saco vitelino
seja todo consumido e o seu desenvolvimento
seja completado. Isto leva, ainda, três dias, após
os quais elas começam a se soltar do substrato
progressivamente. Estas escapadas individuais
são gentilmente “engolidas” pelos pais e
“cuspidas” novamente ao substrato. Neste
ponto os aquaristas novatos ficam nervosos
com esta situação, pois pensam que os pais
estão comendo seus filhotes. Todavia, este
procedimento é totalmente seguro e nada
acontece às pequenas larvas. A ação de querer
que estas permaneçam juntas é perfeitamente
normal e faz parte do comportamento de
reprodução destes ciclídeos. Sabemos de
comportamentos semelhantes em outras
espécies da mesma família.
Pai com alevinos
Portanto, do sexto dia em diante as
larvas mostram uma tendência crescente para a
natação livre. O casal não consegue mais
segurar as larvas no substrato e elas começam a
nadar por todo o lado, concentrando-se em
grandes grupos nos cantos inferiores e
superiores do aquário. Os pais as seguem,
atentos e oferecem seus corpos cujas
superfícies
Alevinos alimentando-se de muco
produzido na pele dos pais
.
estão túrgidas de secreção epidermial, que
denominamos comumente de muco. A partir
daí é extremamente importante que as larvas
nadem para os pais e comecem a se alimentar
deste muco, que é oferecido como uma massa
viscosa e espessa entre as escamas. O “gatilho”
para isto é a coloração escura dos genitores. O
par de discos adultos tornam-se escuros,
totalmente escuros em toda a superfície
corporal. Por esta razão não é recomendável ter
outros objetos de cor escura ou preta no
aquário, pois as larvas se confundem e se
dirigem a estes, em vez de irem ao encontro
dos pais. No entanto, as larvas ainda levam
mais três dias para ficarem definitivamente à
volta dos pais se alimentando, agora da
secreção epidermial destes últimos. Esta forma
de ligação parental é rara no mundo dos peixes.
Ela nasceu possivelmente da evolução de um
sistema de osmorregulação muito eficiente. As
células nutritivas da pele dos peixes adultos são
absolutamente vitais como alimento principal
para as larvas durante os primeiros dias do
estágio de natação livre. A secreção da pele
contém bactérias, algas e protozoários
simbióticos que colocam o sistema digestivo
das larvas para funcionar, fortalecendo ainda
seu sistema imunológico. Além disso, é
importante fonte de nutrientes como proteínas,
gorduras e carboidratos, alimentando as larvas
e fazendo com que cresçam rapidamente.
Sete a nove dias depois das larvas
começarem a nadar elas já são capazes,
também, de se alimentar de náuplios de artêmia
salina. Estes pequenos crustáceos são o
primeiro alimento substituto ou complementar
do muco, de tal maneira que a partir do
momento em que as larvas o ingerem já podem
ser separados dos pais. Existe algum debate
entre criadores, sobre quanto tempo os
pequenos discos devem permanecer com seus
pais alimentando-se da secreção epidermial.
Alguns criadores os separam uma semana
depois de terem atingido o estágio de natação
livre e, outros, só duas a quatro semanas
depois, de maneira a garantir o fornecimento da
importante secreção por mais algum tempo. Os
seguidores da primeira modalidade
argumentam que o casal fica menos tempo com
os filhotes e mais disponível para outras
desovas, além de os alevinos se exporem
menos a uma possível transmissão de parasitas
e pele ou de brânquias, vinda dos pais. Os
seguidores da segunda se apoiam no
crescimento mais rápido obtido como o reforço
constante do muco. Pessoalmente, prefiro o
método mais natural possível e deixo os
filhotes ficarem com os pais durante 30 dias.
Disquinhos se alimentando
A alimentação suplementar de náuplios
de artemia salina, deve ser “soprada” na
direção dos disquinhos, com o auxílio de uma
mangueirinha plástica. Os alimentos
suplementares devem ser fornecidos pelo
menos seis vezes ao dia em intervalos
regulares. Além dos náuplios, deve-se oferecer,
também, alimentos moídos, como coração de
peru ou de boi, enriquecidos com vitaminas e
vegetais. À medida que o tempo vai passando,
os pequenos discos vão tomando a forma
discóide característica.
A remoção diária dos restos de
alimentos não consumidos é absolutamente
essencial, assim como trocas freqüentes de
água. As primeiras oito semanas de vida dos
discos são muito importantes para o
desenvolvimento posterior de peixes de
qualidade. Erros cometidos durante este
período vital são difíceis de serem corrigidos.
Se os pequenos discos param de se alimentar
durante alguns dias por causa de qualquer
doença, isto tem logo um efeito imediato no
formato do corpo. Água e alimentação são os
dois alicerces para o desenvolvimento perfeito
dos discos.
POSSIVEIS PROBLEMAS
As vezes nos deparamos com alguns
problemas na reprodução dos discos, e que
acontece depois da desova. Sem nenhuma razão
aparente, por exemplo, um ou ambos comem os
ovos. Por que este canibalismo? Ninguém, até
hoje, pôde dar uma resposta satisfatória.
Existem algumas hipóteses sobre as causas
prováveis. Sabe-se, por exemplo, que na
natureza as posturas de ovos são uma tentação
para a maioria dos peixes. Com isto eles
estariam tentando obter algum elemento
nutritivo de que necessitariam, ou
simplesmente degustando uma iguaria. Alguns
criadores incluem, então, ovas cruas de peixe
na dieta de discos reprodutores, por razões
óbvias. Outra hipótese é relacionada com o
comportamento de função protetora: no período
crítico da reprodução, a presença do aquarista é
vista, pelo peixe, como uma ameaça à desova.
Estes reagiriam instintivamente devorando os
ovos.
Outra situação: o casal de discos
desovou normalmente segundo o melhor
comportamento reprodutivo. No outro dia de
manhã, todavia, o primeiro ovo coagulado é
visível. Até aqui tudo bem, pois um ou outro
ovo sempre fica gorado mesmo. Mas, apesar de
todos os esforços do casal, em oxigenar os
ovos, mais aparecem gorados e, final da tarde,
toda a ninhada está perdida, gorada. Mais um
dia e o tapete de fungos cobre todos os ovos. A
primeira conclusão: os fungos são os culpados.
Na próxima desova, para prevenir, você usa um
fungicida e eis que toda a ninhada fica branca e
os ovos gorados ficam cobertos de fungos. O
resultado é o mesmo, com ou sem fungicida.
São fatos que acontecem corriqueiramente e até
hoje não existe uma explicação plausível para
eles.
CONCLUSÃO
O acará-disco é um peixe sobre o qual
muitos mistérios tem ainda que serem
estudados. Muito no entanto pode ser explicado
pela observação atenta. Observe seus discos
diariamente, porque você não vai só precisar de
correr atrás de suas necessidades, mas de
conhecer também o seu comportamento. Se
você quiser reproduzir discos, vá em frente,
mas não esqueça que eles tem requerimentos
especiais e, para se ter sucesso, você não pode
subestimar o esforço e o tempo a serem
despendidos. Você encontrará algum problema
até ter sucesso. Mas não desanime. Mantenha
um diário de anotações e aprenda com seus
erros. Estude verdadeiramente toda a literatura
seria sobre a criação destes peixes e procure
aconselhamento com aqueles que já passaram
por essa fase.
Finalmente, compreenda que existem
muitas soluções adequadas para um mesmo
problema. E, pense sobre isso:
problemas com aquaristas, do que aquaristas
que tem problemas com discos”.
Existem mais discos por aí que tem
DOENÇAS DOS PEIXES
DISCOS
Ao folhear revistas estrangeiras,
encontramos em mais do que uma ocasião um
artigo que fale de “doenças ou patologia de tal
e qual grupo taxonômico de peixes,
principalmente espécies ou gênero”, que se
dedica a descrever a maior parte das doenças
que citadas em aquariofilia, fosse ou não neste
tipo concreto de peixe.
Consideramos que, em teoria, é de
esperar encontrar nos nosso discos qualquer das
doenças descritas nos textos de ictiopatologia,
na prática, a nível aquariófilo, algumas são bem
mais raras, por que não dizer desconhecidas, e
outras aparecem com muita freqüência.
Consequentemente, com esta idéia,
serão estas últimas, as doenças que em nosso
entender mais padecem os discos, as que
trataremos em particular as mais facilmente
reconhecíveis pela sua sintomatologia externa.
PATOLOGIA INFECCIOSA
As doenças infecciosas mais freqüentes
em peixes disco tem sem dúvida origem
bactriana. Podemos destacar as seguintes:
S.H.B
Septicemia Hemorrágica de origem bacteriana.
Poderia se definir como uma infecção
generalizada e que se distribui pelo sistema
circulatório. É produzido por diferentes
espécies de bactérias, principalmente espécies
de Aeromonas e Pseudomonas, embora se
pense que intervenham outros agentes
patógenos.
Os sintomas externos são variados,
podendo aparecer um, vários, todos ou nenhum
num mesmo exemplar. Os mais habituais são:
hemorragias, lesões na pele, barbatanas e
brânquias, inchaço dos olhos e outros
problemas oculares, hiperprodução de
mucosidade na pele, barbatanas retraídas,
acumulação de líquidos no abdômen e
conseqüente levantamento das escamas, etc...
Este último sintoma é conhecido por ascites e
em determinada altura deu nome à doença.
- Com estas siglas se designa a
Infecção Bacteriana na bexiga natatória:
Parece que os discos são por natureza
propensos a sofrer infecções bacteriana na
bexiga natatória. Esta ao ver-se afetada coloca
aos peixes muitas dificuldades para conservar
uma posição equilibrada, já que passam a maior
parte do tempo olhando para o chão, como se
fossem apanhar algo no fundo.
Pode ser provocada por uma S.H.B. Embora
alguns exemplares pareçam recuperar-se
sozinhos, na maioria dos casos não se obtém
bons resultados e morrem depois de um período
bastante longo de tempo.
O uso de substâncias bactericidas é
evidentemente o melhor tratamento.
Atualmente existem em comercialização alguns
produtos que podem dar bons resultados.
Também se pode utilizar desinfetantes, numa
dose de 1 ml de solução base para 0,25 por litro
de água em dias alternados, renovando
parcialmente a água de forma periódica.
Os antibióticos mais utilizados são a
oxitetraciclina (10mg/litro). Não obstante, o seu
uso indiscriminado e direto na água do aquário
podem produzir importantes efeitos
secundários, como a potenciação de bactérias
resistentes, que trariam muitos problemas. Se
alguém desejar utiliza-lo, é aconselhável
aprofundar mais, podendo encontrar mais
informações na relação de manuais e artigos a
respeito.
O segundo grupo de afecções infecciosa
de maior incidência neste tipo de peixes são as
micoses e infecções originadas por fungos. São
reconhecidas facilmente pelos filamentos
nodosos, de cor branca ou cinzenta, que
formam o tecido do fungo. Praticamente todos
os fungicidas comercializados atuam de
maneira satisfatória no tratamento da doença. A
nível caseiro, podemos aplicar durante 30
segundos um banho no peixe infectado, de
verde malaquita (60mg/l) ou com a ajuda de
um cotonete, banhado em tintura de iodo,
aplicar diretamente no peixe. O melhor é
aplicar a medicação em aquários de quarentena.
Ictiosporidiosis:
É uma micose interna, relativamente
freqüente entre ciclídeos. Caracteriza-se nas
suas primeiras fases pela natação
desequilibrada dos peixes afetados.
Posteriormente aparecem na superfície corporal
pequenas zonas enegrecidas e quistos. Por ser
difícil diferenciar, pela sintomatologia externa
um caso de íctio de um de tuberculose, unido
ao escasso êxito da maioria dos tratamentos,
leva certos ictiólogos a aconselhar o sacrifício
dos exemplares afetados.
Parasitas:
Entre os protozoários, concretamente
no grupo dos flagelados, encontra-se o gênero
Hexamita, sem dúvida o parasita interno mais
típico dos discos, a tal ponto que a hexamitase
é conhecida, vulgarmente, como doença do
buraco na cabeça. O sintoma mais
característico desta parasitose é a formação de
úlceras na parte frontal da cabeça, úlceras que
chegam a converter-se em autênticos buracos.
O resto da sintomatologia consiste na perda de
apetite, natação anormal e escurecimento geral
do corpo.
Há anos o tratamento da hexamitose
era complicado. Atualmente com o uso de
metronidazol os efeitos são muito melhores. O
tratamento mais eficaz é misturar o
medicamento com a comida, a 1% como
medida geral. Se o exemplar se mostra
inaptente, deve-se administrar o medicamento
por sonda digestiva, que dizer, mediante uma
sonda delgada que se introduz um ou dois
centímetros na boca do peixe, até ultrapassar as
brânquias e cujo extremo está ligado a uma
seringa para facilitar a introdução. O
inconveniente desse sistema é o estress que o
animal sofre, cada vez que é apanhado para a
medicação. Em qualquer dos casos pode-se
combinar o tratamento com a adição de
metronidazol na água do aquário na dose de
10/12 mg por litro.
Alguns autores recomendam tratar de modo
paralelo com antibióticos para prevenir
infecções secundárias.
Quanto aos ectoparasitários, possivelmente são
os protozoários flagelados Ichithyobodo os que
mais atacam os discos. Atacam a pele e as
brânquias, e ocasionam a doença conhecida
vulgarmente com o nome de costiasis, que se
caracteriza pela pele turva e um excesso de
mucosidade. Os exemplares afetados podem
estar inquietos ou retraídos, raspando-se contra
as pedras ou outros objetos de decoração e
apresentar sintoma de asfixia, como respiração
acelerada, bloqueio à superfície, opérculos
levantados, etc.
O chamado parasita das brânquias,
localiza-se nas brânquias e a sua parasitose tem
praticamente os mesmos sintomas e
tratamentos que a costiasis, mas com os
indicativos de asfixia mais acentuados. No
mercado são encontrados vários
ectoparasitários eficazes. Também pode-se usar
a acriflavina (10mg/l) ou formol (1 a 2 cc para
cada 10 litros d'água, em banhos de 10 minutos
de duração).
PATOLOGIA DE ORÍGEM
FISICO-QUIMICA
É conhecido entre os aquariófilos que
criam os discos, a sua marcada sensibilidade
entre as mudanças de muitos parâmetros
físico-químicos da água do aquário. Em muitos
manuais de toxilogia piscícola citam esta
espécie como um exemplo de pouca tolerância
neste campo, e inclusive se comenta a seguinte
curiosidade: quando a concentração de uma
substância é tão pequena que praticamente não
se pode medir pelos métodos tradicionais,
certos autores crêem que o disco é capaz de
detectar, e adoecer em alguns casos, traços de
certos metais.
A sintomatologia de uma intoxicação
pode ser ambígua, dependendo da substância
em real contato que origine o envenenamento
da água, como o chumbo, cobre, ferro, etc...
O mais habitual, sem risco de
generalizar demasiado, é que o peixe apresente
algum destes sintomas externos: retraimento,
perda de cor viva nas cores corporais,
inapetência, sintomas de asfixia, etc...Parecia
lógico pensar numa intoxicação quando as
baixas se produzem repentinamente e não
somos capazes de encontrar uma justificativa.
O único tratamento que existe é realizar,
na medida do possível, freqüentes mudanças da
água do aquário, aumentar a oxigenação e
procurar eliminar o foco de toxinas.
O turvamento da retina nos peixes
discos parece estar também relacionado com
fatores físico-químico, em particular com
mudas excessivas de água do aquário, por outra
que contenha cloro e valores inadequados de
pH, etc...
O melhor tratamento que podemos fazer
para este tipo de doenças é a prevenção,
mantendo um controle adequado sobre os
níveis de pH, compostos nitrogenados e demais
parâmetros da água do aquário.
ACARÁ-DISCO VERDE
(Symphysodon aequifasciata aequifasciata)
De formato arredondado, podendo
atingir até 30 cm. de diâmetro, na natureza - em
cativeiro chega até aos 20 cm.-, o acará disco
verde tem coloração castanho-avermelhada e,
em geral, nove listras escuras verticais, sendo
que duas delas - uma atravessa o olho e a outra,
a base da cauda - são bem mais escuras que as
demais.
Sua principal característica é o rajado
em verde metálico, restrito à testa e à nadadeira
ventral. O macho e a fêmea são idênticos em
tamanho, aparência e hábitos, sendo impossível
deferencia-los através desses aspectos, a não
ser no momento da desova e fecundação.
Não é peixe de rios caudalosos e
grandes profundidades. Originário do lago
Tefé, no Amazonas, seu habitat natural é o
igarapé. Costuma viver em pequenos cardumes,
de no máximo 15 componentes, ou em duplas.
É pacífico, de nadar lento e calmo. Por isso não
deve conviver, em cativeiro, com peixes de
temperamento mais agitado, que podem
perturba-lo. O mais indicado é que conviva
apenas com discos, corydoras e outros
semelhantes.
Para se iniciar uma criação de discos
verdes é aconselhável que se adquira um grupo.
Primeiro porque é impossível distinguir sexos
para a formação de casais. E mesmo que
houvesse essa possibilidade, há outra
característica que constitui uma barreira: o
disco não aceita que se lhe imponham
parceiros. Sendo assim, o melhor é adquirir um
grupo de seis a oito exemplares e aguardar que
os pares se formem espontaneamente.
É possível observar o início do processo
de reprodução quando dois discos se isolam do
grupo, ficando o tempo todo juntos. Assim que
escolhem o local para a desova - uma superfície
lisa e vertical que pode ser a parede do aquário
ou objetos colocados dentro dele especialmente
para esse fim, como lâminas de vidro ou
acrílico ou cones de barro -, começam a limpalo
com a boca e defender até com certa
agressividade a região. Isso dura
aproximadamente cinco dias.
Os ovos, então, são enfileirados nessa
superfície, à qual aderem firmemente, em
função de sua viscosidade, e imediatamente
fecundados pelo macho. Após dois ou três dias
nascem os alevinos. Até os dois meses eles se
alimentarão do muco que reveste o corpo dos
pais, não devendo, portanto, serem separados
deles antes desse prazo em hipótese alguma.
Dos cerca de 150 ovos postos,
aproximadamente um terço sobrevive.
O aquário de reprodução deve ter as
mesmas dimensões e condições ambientais do
de manutenção. Apenas a temperatura pode ser
mais elevada, até trinta e dois graus
centígrados. Não deve conter plantas nem areia,
pois estes componentes propiciam o
desenvolvimento e proliferação de
microorganismos e parasitas, que poderiam
causar a morte dos alevinos.
O aquarista também deve preparar-se
para uma (difícil, mas não impossível)
surpresa: o acará disco verde é um pouco
imprevisível e já se pôde observar casais que,
quando transferidos para o aquário de
reprodução, se separarem. Para evitar isso, é
preciso que a mudança seja feita durante a
noite, cerca de duas horas após se ter apagado a
luz do aquário e de todo o ambiente, para que
não sintam a mudança brusca. Outra opção, é
transferir o restante do grupo para outro lugar e
deixar o casal no aquário, retirando deste as
plantas e a areia.
CUIDADOS NO CATIVEIRO
Ambiente:
um metro de comprimento, para cada quatro
exemplares adultos. Deve ter pouca areia e um
bom filtro externo, com sifão. Todas as plantas
são compatíveis. Muita higiene é
recomendada no aquário. A água deverá ter o
pH entre 6,6 e 6,8 (ácida) e o dH entre 0 e 3; a
temperatura variando de 26 a 32 graus. A cada
dois dias, deve-se trocar um terço da água, para
que o pH e dH não se elevem.
O aquário ideal é que tenha mais de
Alimentação:
tubifex e artemia salina.
Carne crua raspada, dáfnias,
A HISTORIA DO DISCO
PANDA
A historia do Acará-disco, variedade
Panda, remonta a poucos anos atras, por
ocasião da Aquarama"91, em Singapura.
Nessa ocasião foi apresentado pela primeira
vez, o Disco Pigeon Blood, criado por um
Tailandês. A primeira vista os disco teriam sido
hormonados para apresentar aquelas cores,
vermelho alaranjado, com estrias negras.
Todos à época, tinham plena convicção
que os discos eram coloridos artificialmente e à
medida que deixassem de receber os produtos
químicos, misturados à alimentação, deixariam
de apresentar o colorido vivo.
Casal de discos Panda
Disco Panda, adulto
Mesmo assim, um juiz de Disco,
chamado Watley (criador da variedade turquesa
Watley), adquiriu alguns exemplares (a US 400
dólares o exemplar medindo 4cm). Chegando
aos EUA, Watley procurou cruza-los para ver o
que dava.
Separou alguns exemplares da
variedade coerulea para cruzar com os Pigeon
Blood. Passadas algumas semanas os alevinos
nasceram e ele percebeu que havia algo de
estranho com aqueles alevinos. Tinham uma
cor diferente dos alevinos habituais. Tinham o
corpo cinzento esbranquiçado e a cara negra.
Nascia assim a variedade Acará-disco Panda.
VARIEDADES - HIBRIDOS
VARIAÇÕES DE CORES
Os acarás discos são, hoje em dia,
oferecidos aos aquaristas de todo o mundo
numa grande variedades de formatos e cores.
Algumas delas foram obtidas através de seleção
de animais que apresentavam,
proporcionalmente, maior quantidade de tons
azuis, verdes ou vermelhos. Outros tipos foram
obtidos graças a mutante que, volta e meia,
aparecem nas criações comerciais de maior
escala, principalmente no Oriente e nos Estados
Unidos; outras cores e formatos são ainda
obtidos graças à adição de hormônios e
elementos-traço; geralmente, esses animais
perdem sua coloração e formas quando deixam
de receber os elementos químicos que geraram
os efeitos originalmente obtidos.
Por fim, existem animais com formatos
e colorações derivadas dos cruzamentos entre
as variedades normais, selecionadas e mutante.
Todas essas variedades possuem uma
história baseada em anos de trabalho por parte
de seus criadores.
Disco vermelho
RAÇAS:
Riu Xingu
Vermelho turquesa sol
Clone azul royal
Sonho tangerina
Turquesa pérola vermelho
Vermelho turquesa alemão.
Verde com pintas vermelhas
Verde pintado (peru)
Turquesa puro sem faixas
Diamante dourado com pintas
Turquesa azul com corpo alto
Turquesa gigante com pintas
Azul real vermelho
Clone do azul turquesa
Vermelho de Schlingmann
Turquesa azul púrpura cristal
Turquesa verde puro
Turquesa vermelho púrpura alto.
Vermelho de Alenquer
Pigeon Blood
Turquesa brilhante
Xadrez (checker board)
Diamante vermelho
Turquesa com barbatanas
Turquesa n° 1 de Wattley
Fantasma (ghost discus)
Arco-íris dourado
Azul de Heckel
Turquesa puro
JW Sunshine
JW Striated-Red
JW Ocean Green
Vermelho Pintas Redondas
Heckel Rio Madeira Amarelo
Leopardo
Pele de Cobra Leopardo
Amarelo Rio Maui
Rio Alenquer
Rio Madeira Vermelho
Rio Iça Vermelho
Heckel Cara Azul
Heckel Vermelho
Heckel Vermelho Estriado
Heckel Negro
Rio Madeira Real
Manacapuru Real
Verde Rio Tefé
Rio Juruá Verde
Verde Pintas Vermelhas
Diamante Hi Fin
Diamante Azul
Verde Mar
Super Azul
Azul Aço
Azul Cobalto
Diamante Dourado
Dragão Dourado
Vermelho Marlboro
Alenquer Vermelho
Tangerina Sólido
Perola Vermelho
Vermelho Sólido
Escorpião Vermelho
Anjo Vermelho
Butterfly Branco
Diamante Verde
Pele Cobra Verde
Panda Vermelho

ACARÁ-DISCO
Disco Sonho Oriental

(Symphysodon aequifasciata)

Acará-disco é o nome comum atribuído
a todas as espécies catalogadas como
pertencentes ao gênero Symphysodon
.Acará Disco

Disco azul-royal